O 3.º Congresso Internacional das Imunodeficiências Primárias (IPIC) decorreu de 8 a 10 de Novembro no Dubai e contou com a participação da APDIP. Alberto Casaca, membro da direção da APDIP, representou a associação neste evento internacional, o qual contou com a presença de mais de 600 pessoas, entre os quais, médicos, investigadores, enfermeiros e representantes de associações de doentes.
O congresso ficou marcado pela celebração dos 25 anos da IPOPI (Organização Internacional de Doentes com IDP) e focou-se na importância do diagnóstico à nascença, nos avanços no transplante de medula óssea e nos tratamentos disponíveis em cada região, tais como, a terapia genética. Foram também discutidas questões éticas relacionadas com as IDP.
Durante o congresso, a IPOPI lançou uma aplicação móvel, PID GENIUS, desenvolvida especificamente para doentes com IDP, que permite o registo de várias informações, tais como, tratamentos efetuados, registo de sintomas, tomas de vacinas, contactos importantes ou acesso a documentos. A aplicação visa ajudar as pessoas com IDP a organizar todas as informações de que necessitam e está disponível a qualquer momento, incluindo em caso de emergência.
Após a sessão de boas-vindas do primeiro dia de congresso, a sessão decorreu debaixo do tema “IDP não são apenas uma questão pediátrica”. Helen Chapel apresentou uma perspetiva histórica sobre as IDP, Siobhan Burns falou sobre a importância do diagnóstico e tratamento em adultos, e Charlotte Cunningham Rundles falou sobre as IDP em adultos de uma perspectiva epidemiológica. Por outro lado, a necessidade de existir um plano de transição entre a pediatria e a consulta de adultos foram os temas abordados por Nizar Mahlaoui e pela Rachel Hammond.
Houve ainda um workshop sobre a importância dos cuidados de enfermagem, nomeadamente, o elo de ligação entre os médicos e os doentes e sobre as regras europeias para a administração das imunoglobulinas.
Ao longo do segundo dia foi destacada a importância de melhorar a qualidade de vida dos doentes e da investigação, essencial para o tratamento de várias doenças. Decorreu, ainda, uma sessão dedicada ao diagnóstico precoce e ao seu papel na definição do tratamento adequado. Nesse sentido, houve uma apresentação de um projeto do Reino Unido de diagnóstico genético pré-implantação disponível para casais com risco de ter uma criança com uma anomalia genética específica, entre as quais se incluem várias IDP.
Foi também dedicada uma sessão à apresentação de casos complicados do ponto de vista ético em que se colocam questões sobre qual o melhor tratamento e de que forma se podem proteger os direitos dos doentes e/ou dos familiares.
Já no terceiro e último dia decorreu uma palestra sobre a relação entre IDP, alergias e doenças autoimunes. Outra sessão muito concorrida foi acerca de novos avanços no transplante de medula óssea, terapia genética e utilização de medicamentos biossimilares no tratamento de IDP.
A sessão de encerramento esteve ao cargo de Bobby Gaspar que apontou a importância do estudo do sistema imunológico em geral e das IDP em particular para a evolução de outras áreas da medicina. O próxima IPIC será em 2019, de 6 a 8 de novembro, em Madrid.