No âmbito dos 25 anos do Infarmed, decorreu no dia 22 de Maio de 2018 o Fórum do Cidadão. O evento teve lugar no Parque da Saúde de Lisboa e focou-se no papel do cidadão na melhoria do acesso e dos próprios cuidados de saúde. Ricardo Pereira, o presidente da APDIP, esteve presente a convite do Infarmed.
A sessão de abertura esteve a cargo da presidente do Infarmed, Maria do Céu Machado, que começou por explicar que o objetivo da instituição passa por estimular uma maior relação de proximidade entre os doentes e as associações. Esse foi o mote para a criação do “Projeto Incluir”, um instrumento que promove a interação do doente/associações de doentes no processo de avaliação das tecnologias de saúde, na questão da rotura de medicamentos ou na notificação de reações adversas.
De seguida, Lesley Greene, vice-presidente do Comité de Avaliação de Medicamentos Órfãos da EMA, apresentou a associação EURORDIS, para as doenças raras, da qual faz parte. A EURORDIS foi fundada em 1997, conjuga várias associações de doentes com patologias raras e tem como objetivo defender a adopção de legislação sobre medicamentos órfãos na UE. Greene referiu, ainda, o papel que os representantes dos doentes tiveram na definição dos programas nacionais, de legislação europeia e na formação de peritos leigos.
Relativamente à sobreutilização do SNS, Serviço nacional de Saúde, António Vaz Carneiro, diretor do Centro de Estudos de Medicina Baseada em Evidência, apresentou uma série de estudos relacionados com o sobrediagnóstico e o sobretratamento. Na sua apresentação, referiu que os check ups médicos anuais nem sempre são uma escolha sensata; o sistema de saúde está obcecado em prevenir mas, segundo Vaz Carneiro, esta mentalidade pode causar mais danos do que benefícios. De forma a colmatar este problema o professor apresentou o projecto “Choosing Wisely Portugal” (“Escolhas Criteriosas em Saúde”). É um programa de educação para a saúde: em vez de fornecer guidelines acerca do que se deve fazer num determinado diagnóstico, ensina o que não se deve fazer. Vai ser implementado durante o ano de 2018.
Pedro Gomes, da IQVIA, destacou os os prós e os contras da informação retirada das redes sociais para estudos clínicos, tendo em conta que 20% dos tópicos abordados nestas plataformas incidem sobre temas de saúde.
Houve ainda tempo para um painel dedicado aos riscos da compra online de medicamentos.
Aqui foram realçados os riscos para os consumidores que compram medicamentos online, tais como, falsificações, medicamentos fora de validade ou o transporte sem a segurança devida (por exemplo, a temperaturas adequadas).
O Fórum do Cidadão terminou com uma visita aos laboratórios do Infarmed.