Chegou a época do ano em que o tempo começa a arrefecer, a nossa imunidade a enfraquecer e tornamo-nos mais susceptíveis a vários vírus. Um dos mais preocupantes e mediáticos é, sem dúvida, o vírus da gripe.
Este facto leva-nos para um tema que tem sido muito discutido e que se tornou muito polémico: a vacinação.
A verdade é que, desde que surgiu a primeira vacina, contra a varíola, há mais de 200 anos, que a Medicina deu um salto gigante em termos de qualidade e nasceu, aí, a esperança para a prevenção de um grupo enorme de doenças infecciosas graves, muitas delas até potencialmente fatais.
Podemos dizer que a criação desta primeira vacina permitiu desenvolver o método para todas as que se seguiram. Hoje, as coisas já não acontecem exatamente desta forma pois foram desenvolvidos outros tipos de vacinas, utilizando outros métodos.
Uma curiosidade que muitos de nós não sabemos é que, apesar de dizermos “vírus da gripe”, existem várias estirpes que estão em constante mutação levando à necessidade de que haja uma vacinação anual.
Tal como a vacina contra a varíola, a vacina da gripe é constituída por um conjunto de vírus da gripe (os que os investigadores considerarem serem os mais preocupantes nesse ano) que são artificialmente enfraquecidos para que, ao entrarem em contacto com organismo da pessoa que é vacinada, possam estimular o seu sistema imunitário a produzir células de memória que o manterão protegido caso haja um contacto com uma das estirpes no futuro. Isto sem causar doença, claro. A este processo chama-se imunização.
Como os organismos não são todos iguais, este tipo de vacina destina-se essencialmente a pessoas que, de alguma forma, estão mais expostas ao vírus ou cujo organismo possui menor capacidade de se defender do mesmo. Podemos dar como exemplo as pessoas imunodeprimidas, os idosos e os profissionais de saúde.
No caso dos doentes com Imunodeficiência Primária, a decisão de vacinar não é tão linear. Isto acontece porque muitos destes pacientes não reagem à vacinação, ou seja, os seus sistemas imunitários não são capazes de produzirem células memória que protejam o seu organismo no futuro. Além disso, embora a vacina seja constituída por vírus enfraquecidos, há doentes para os quais isto é o suficiente para causar uma infeção pelo vírus da gripe.
Assim sendo, cada paciente deve consultar o seu especialista em Imunologia que deverá avaliar, caso a caso, se a vacinação deve ou não ser realizada.
Haja ou não vacinação, será sempre importante protegermos-nos do frio e reforçar a nossa alimentação em nutrientes que fortalecem o nosso sistema imunitário.
Mas isso já será tema para um próximo artigo!